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O blog dos bons condutores

Se não sabe conduzir, aprenda. Ou saia da estrada.

O blog dos bons condutores

Se não sabe conduzir, aprenda. Ou saia da estrada.

Os motards, essa raça à parte

bom condutor, 14.04.12

Ser motard significa geralmente mais do que conduzir uma mota: é um modo de estar na vida, com roupas e personalidade a condizer.
 
Com a possível excepção dos energúmenos do tuning, não haverá outra comunidade rodoviária tão unida por uma filosofia e estética comuns como a comunidade motard. Infelizmente, a forma como muitos conduzem as motas torna-os mais nocivos do que bem-vindos às estradas.
 
Nada me anima contra as motas ou veículos de duas rodas em geral: são um meio de locomoção eficiente, com vantagens evidentes de rapidez e economia. As scooters são práticas e baratas dentro das cidades; as motas de maior cilindrada permitem viagens rápidas e confortáveis em auto-estrada.
 
Compreendo também que requeiram roupas e acessórios próprios de protecção - as alas de Ortopedia dos hospitais que o digam.
 
A questão, e o motivo do post, começa quando um meio de locomoção se torna num modo de vida pseudo-alternativo, vestido de cabedal e arrogância da cabeça aos pés, e um veículo já de si perigoso é usado de forma irresponsável.
 
As motas atingem velocidades superiores à maioria dos carros, devido à sua relação peso/potência, e passam por espaços muito estreitos. Os motards - não todos, mas muitos - usam e abusam disto, criando problemas escusados.
 
Quantas vezes vamos na auto-estrada a uma velocidade já considerável para um carro, e uma mota passa por nós como se estivéssemos parados? Pior: quantas vezes se encostam a nós a alta velocidade, e nos ultrapassam pela esquerda ou pela direita - para alguns, tanto faz - a centímetros dos espelhos do carro?
 
É que para muitos motards não existe código da estrada: estão acima dele. Atrás do anonimato dos seus capacetes, são cavaleiros solitários do apocalipse que contornam a plebe dos carros, reles condutores abaixo de suas excelências. Pouco importa que o apocalipse seja geralmente o deles, pois não há capacete que proteja alguém de um espetanço a 200 ou 300 à hora.
 
São, porém, justamente os motards os primeiros a queixar-se. Sentem-se discriminados, desprotegidos, atacados. Alguns têm razão: o que não falta na estrada são bestas, daí a função pedagógica deste blog.

A questão é que perante o comportamento sistematicamente abusivo de tantos, as queixas dos bons perdem-se nos abusos dos maus. Muitos motards só deviam andar de bicicleta. Não se entende como ainda andam por aí de forma impune, como se as regras fossem só para os carros.

Ou seja, os motards já andam mais depressa e mais à vontade do que os carros, devido à natureza dos seus veículos; e querem também poder transgredir as as regras dos carros sem consequências, de preferência com uma passadeira vermelha. Mas talvez não seja preciso mudar nada.
 
Já vi muitos carros serem multados por excesso de velocidade, por passar traços contínuos, por desrespeitar esta ou aquela regra. Muitos carros, mas poucas motas. Mesmo muito poucas. O leitor quantas viu?

O valor do carro é inversamente proporcional à qualidade do condutor

bom condutor, 29.05.10

Em Portugal, o valor do carro é inversamente proporcional à qualidade do condutor. Esta regra é válida em pelo menos 90% dos casos.

Quase abro uma garrafa de champanhe quando vejo um Audi, Mercedes, BMW, jipe ou SUV (os carros preferidos dos nossos parolos ricos e/ou exibicionistas) fazer pisca ao mudar de faixa, ou cumprir outra regra de trânsito básica. 

Este relaxe constante e deliberado, facilmente comprovável no dia-a-dia, tem a ver com o tipo de tugas que compram estes carros: sentem-se acima dos restantes mortais e fazem questão de o demonstrar através da sua negligência, que confundem com superioridade.

Na verdade são criaturas reles e nocivas ao trânsito, cuja pretensa superioridade começa e termina nos seus carros, muitos deles obtidos de formas manhosas.

Ou seja, além de muitos deles serem chulos e/ou trafulhas, conduzem como se andassem sozinhos na estrada. Mas - surpresa! - NÃO ANDAM. E os demais condutores não lhes devem nada, excepto, quando eles se armam em mete-nojo, a obrigação moral de enfiar-lhes os cornos pelo tubo de escape. Nota: nos carros com dois tubos de escape é recomendável tentar enfiar-lhes a cornadura por ambos, a ver se cabe em algum deles. Nunca se sabe.

Estes parolos enquadram-se geralmente nos Cretinos (ver posts anteriores), sendo nos casos mais graves Chico-espertos. De vez em quando as esposas, geralmente dondocas acéfalas, conduzem o carro luxuoso do parolo-marido: são invariavelmente Toscas.

O Bom Condutor mantém sempre estes parolos sob vigilância, pois o seu comportamento é inesperado: tanto podem andar demasiado depressa ou demasiado devagar, fazer pisca como não, parar num sítio normal ou em plena auto-estrada, só porque o telemóvel tocou ou decidiram retocar a maquilhagem. Julgam-se no direito de tudo.

Não desperdice piedade nesta canalha: quanto mais caro o carro maior o risco que lhe devemos fazer quando o encontramos mal estacionado, e maior a cabeçada nas beiças do merdas que o conduz.

As únicas excepções são mulheres e idosos, a quem basta um longo risco e um aviso: se tem dinheiro para este carro, também o tem para lições de condução! Nos outros casos, acumule um bom risco com uma boa cabeçada.

A praga dos estacionamentos em 2ª fila

bom condutor, 06.10.08

Quem circular pela primeira vez por uma cidade portuguesa poderá pensar que inventámos um sistema engenhoso para duplicar os lugares de estacionamento: como tanta gente deixa os carros mal estacionados, pensará o visitante que deve haver alguma forma de se afastarem sozinhos quando necessário, ou de enviar um sinal automático aos condutores, que rapidamente aparecem para afastá-los.

Estará, porém, completamente enganado. A verdade é que os portugueses estacionam onde lhes apetece porque se estão a borrifar para os outros. Em vez de perder uns minutos à procura de um lugar válido preferem ser indulgentes e egoístas, e sujeitar os outros a esperar por eles. Além de bloquear os carros bem estacionados obstruem a via pública, causando embaraços escusados.

Os especialistas neste estacionamento vale-tudo são naturalmente (ver posts anteriores) os Cretinos, os Chico-espertos e os Profissionais mete-nojo. Estes últimos, quando finalmente voltam para lhe desobstruir o caminho, fazem ainda questão de lhe dizer muito ofendidos: "ó amigo, eu estou a trabalhar!".

Atentemos nesta mentalidade: como ele está a trabalhar você tem a obrigação de esperar por ele. Pouco importa que esteja também a trabalhar, ou a ter um ataque cardíaco: qualquer razão é irrelevante, porque ele "está a trabalhar".

Quanto aos restantes, nem sequer fingem ter razão: são sacanas comodistas e desprezíveis que não se importam de andar quilómetros dentro de um centro comercial, mas são incapazes de caminhar mais de três metros desde o carro até onde precisam. Quer vão comprar o jornal ou fazer uma cirurgia dentária, têm de deixar o carro mesmo em frente à porta.

Não admira que Portugal seja tão atrasado: qualquer sociedade assenta no respeito pelos outros, e isso é uma doença rara neste país. Em nome da nossa sociedade e da nossa pachorra, é preciso fazer algo para impedir estes palhaços de deixar o carro em segunda fila. A solução natural seria chamar a polícia, mas como dá mais trabalho do que estar sentados a passar multas não se pode contar com eles. Sugiro pois que tome medidas por si próprio/a:

1. Quando estacionar deixe sempre um papel claramente visível: "AVISO: se me bloquear o carro parto-lhe a boca. A sério." - e cumpra.

2. Se for pela rua e vir um carro parado em 2ª fila sem ninguém lá dentro, aguarde durante um minuto. Se o condutor não aparecer, utilize a técnica dos arrumadores despeitados: com uma chave deixe um belo risco de uma ponta à outra. No final escreva "MAL ESTACIONADO!" para não haver dúvidas. Os portugueses só aprendem quando a lição lhes chega ao bolso.

Se todos tomarmos estas medidas a praga dos estacionamentos em segunda fila há-de ser erradicada. Ou, em alternativa, os dentistas e os pintores de automóveis vão ter muitos novos clientes. Mesmo muitos.

O tuning, essa arte (muito) duvidosa

bom condutor, 27.09.08

Em Inglaterra é comum ver casas com jardins muito bem tratados, cujos donos se esmeram de tal forma que transcende um hobby e se torna numa obsessão. Em Portugal encontramos este tipo de obsessão noutra actividade: o tuning.

Como a jardinagem, a "arte" do tuning requer dedicação constante e objectivos a longo prazo. Isto poderia ser louvável se o tuning tivesse algum mérito intrínseco ou utilidade prática; só que não tem. Logo, trata-se apenas de uma mania parva.

O típico adepto do tuning enquadra-se geralmente nas categorias (ver posts anteriores) do Ayrton Senna e do Chico-esperto: quer seja um jovem que usa boné a qualquer hora do dia e da noite e ouve hip-hop aos berros ou um trintão com o "fascínio dos carros" que nunca saiu da adolescência, gosta sempre de dar nas vistas e de sentir-se especial. Como não é especial, tenta ultrapassar essa frustração através do seu carro, projectando nele a sua mediocridade.

Sem entrar em tretas psicomerdológicas que não fazem o tipo deste blog, basta dizer que são crianças grandes que substituíram os carrinhos de brincar por carros a sério como montra do seu desejo de atenção. Sempre que vejo um aileron, um escape despropositado, jantes bizarras, "saias" que não toleram um passeio, um subwoofer absurdo, autocolantes parvos, faróis extravagantes ou uma pintura de rally, sei imediatamente que estou perante um ser infantil e retardado.

Consigo até aceitar apreciadores de carros antigos que devotam o seu tempo a preservar clássicos; mas sou incapaz de compreender um palerma que artilha o seu carro contemporâneo da forma mais banal, suburbana e foleira que é possível, enquanto se julga o Rembrandt lá da rua. Um carro é um meio de transporte; quem vê nele mais do que isso precisa de rever as suas prioridades.

Dirão os mais atentos: "mas acrescentar algo artificial à nossa imagem, seja no carro, na roupa, nos gostos musicais, etc., não é exclusivo dos adeptos do tuning: todos queremos sentir-nos especiais, e o tuning é mais uma manifestação deste desejo de individualidade". Sem dúvida, mas os do tuning tende a ser dos mais irritantes. Fazem questão de berrar a sua pretensa individualidade aos ouvidos e olhos dos outros. Ignoram que a única individualidade reside no pensamento independente, em usar o que é realmente único - o seu cérebro - e não em bens transitórios como o seu carro.

O tuning não é uma arte, é uma treta. Decorar um carro banal com umas porcarias não tem nada de artístico - é apenas uma futilidade pacóvia. Se tem assim tanto tempo livre use-o em algo proveitoso: aprender um novo idioma ou, melhor ainda, ler e aprender a escrever no seu próprio idioma.

Obterá, garanto, maiores recompensas do que numa moda parola e totalmente inútil como o tuning. Ganhe juízo, deixe de brincar com bonecas-carros. Até as mulheres aprendem mais cedo ou mais tarde que o mundo não é feito de barbies.

"As mulheres têm menos acidentes, logo são melhores condutoras"

bom condutor, 25.09.08

Estou cansado de ouvir esta falácia. Como qualquer pessoa que ande nas nossas estradas pode comprovar, é um disparate. É como afirmar que "as mulheres vão mais às compras, logo são mais ricas". Homens e mulheres fazem muitas coisas de maneira diferente; conduzir é uma delas.

Isto varia também de cultura para cultura. No norte da Europa, onde é habitual encontrar mais mulheres em cargos de chefia (e em saídas de engate, pois os homens são algo abichanados), é mais difícil diferenciar a condução de homens e mulheres: ambos conduzem de forma anódida, asséptica, cumprindo à risca as regras. Fazem menos asneiras do que os povos a sul, mas nem todos são o que neste blog designamos por bom condutor.

Já nos países latino-machões, dos quais somos talvez o exemplo mais foleiro, vão-de-escada e unha-no-ouvido, os homens tendem a usar os carros como pilas metafóricas. Das cinco categorias fundamentais do condutor português, que ilustrei pacientemente num post anterior, quase todas as mulheres recaem numa só categoria - o Tosco. São toscas. E os homens são mais vezes Cretinos, Profissionais mete-nojo, Ayrton Sennas e Chico-espertos.

Uma mulher não sabe quantos cavalos tem o seu carro, se é TDI, HDI ou CDTI, com ou sem common rail. Não sabe nem quer saber. Também não se importa se é ultrapassada, se o carro da frente anda mais ou se o carro do lado se meteu à má-fila, obrigando a uma retaliação imediata. Uma mulher quer simplesmente chegar ao seu destino, se possível sem bater em ninguém.

Não que uma mulher não possa ser má como as cobras; aliás, muitas das velhas que encontramos na estrada, geralmente em grandes carros, fazem uma jibóia parecer amável e delicada. Mas como toda a gente sabe, as mulheres apenas competem com outras mulheres. Competem nos vestidos, nos bronzeados e outras futilidades, mas não em façanhas automobilísticas duvidosas.

Em conclusão: as condutoras portuguesas têm menos acidentes porque: 1) são mais toscas e como tal arriscam menos; e 2) não têm sequer motivação para fazê-lo. Os condutores portugueses têm mais acidentes porque: 1) têm geralmente mais destreza, mas menos bom senso; e 2) encaram o seu veículo como um monumento à sua virilidade e a via pública como um palco para o seu ego. Têm a mania que são o Ben-Hur, mas são mais o Ben-Hurro: morcão e casmurro.

O bom condutor não faz nenhuma destas coisas. E raramente é mulher.

Ninguém cumpre os limites de velocidade

bom condutor, 25.09.08

Não é fácil discutir racionalmente os limites de velocidade em Portugal: se constatamos que é absurdo limitá-los a 50km/h em muitas ruas ou 120km/h em muitas auto-estradas atiram-nos logo com as milhares de tragédias nas estradas nacionais, fazendo-nos passar por bestas inconscientes.

Não obstante, quase todos desrespeitamos os limites de velocidade. Praticamente todos os carros dão mais de 120, muitos o dobro ou mais. Muitas motas dão mais de 300. Porquê? Para quê, se supostamente não podemos andar a mais de 120 seja onde for? E por que é que quando vamos a 120 numa auto-estrada passam por nós como se fôssemos de bicicleta?

Porque os nossos limites são uma aldrabice, eis porquê. O português só os cumpre por medo, por engano, ou por não ter dinheiro para a gasolina. A polícia tuga, altamente especializada em passar multas parvas e fazer cara de má, é a primeira a borrifar-se para os limites: todos já vimos carros da PSP e da GNR a circular alegremente a 80 na cidade ou a 160 na auto-estrada sem qualquer indício de urgência. A não ser, claro, para irem almoçar.

É indiscutível que devem existir limites, pois muita gente não possui experiência ou bom senso para percebê-los por si mesma. Mas um limite não substitui a atitude e o zelo do condutor. Se este for um imbecil negligente - cá voltamos aos portugueses - irá sempre causar acidentes. E borrifar-se para limites justamente quando não deve fazê-lo.

O bom condutor respeita sempre o direito de outrém a cumprir os limites de velocidade; mas não se sente compelido a respeitar limites só porque sim. Em vez de fazer trampa, como a maioria dos condutores portugueses fazem - a qualquer velocidade - foca-se em conduzir bem. Presta atenção à sua volta, sinaliza as manobras, respeita traços contínuos, acelera mais quando pode, abranda sempre em caso de dúvida. Você devia fazer o mesmo.

Se, por exemplo, for a conduzir numa rua onde em qualquer momento pode surgir um imprevisto, precisa de um limite para ir a uma velocidade adequada? E se for numa auto-estrada num dia de chuva, num Fiat Uno de 1985 a precisar de pneus novos, não sabe que até 120km/h pode ser uma velocidade excessiva? 
 
Saber isto - preocupar-se com isto - é mais importante que um limite arbitrário.

A praga dos mirones nacionais

bom condutor, 23.09.08

Os portugueses, na boa tradição latina e católica, adoram fatalidades e choradinhos. Adoram examiná-los, dissecá-los e sobretudo partilhá-los. Além das desgraças próprias, adoram rebolar-se nas dos outros. Um acidente rodoviário é tudo que um português precisa para ser feliz.
 
Conheço alguns que até se desviam do seu caminho, mesmo que vão com pressa, só para assistir de bancada. Páram, acendem um cigarro, esticam o pescoço, analisam longamente cada amolgadela, cada marca no asfalto e cada detalhe mórbido, quais Sherlocks a resolver um crime.
 
Há porém, duas diferenças: 1) não vivem em Baker Street; e 2) não resolvem porra nenhuma. Tudo que fazem é recolher pormenores para debates acalorados com outros detectives à beira da estrada, ou mais tarde na tasca.
 
Esta compulsão mórbido-merdo-neurótica torna-se ainda mais nociva quando não páram: quantas vezes deparamos com uma fila misteriosa e vimos a descobrir que se deve apenas aos merdas que abrandam para ver um acidente? Nem é preciso ser na via onde iam; se for na via oposta ainda abrandam mais.
 
Alguns optimistas dirão que este comportamento desprezível se resolve com pedagogia. Nem vejo pedagogia sobre isto em lado algum, nem acredito que resolvesse nada. É um problema social, estrutural, merdo-tugal: parte da rasquice inerente a um país de parolos. É como tentar convencer o Sr. Joaquim a ler um livro em vez de passar as noites a foçar em debates futeboleiros. Inútil.
 
Mas não desesperemos - eu tenho a solução: além do triângulo e do colete, passa a ser obrigatório andar com um penico cheio e uma colher dentro do carro. Pode-se fazer umas caixas próprias para abafar o cheiro. Depois, se tiver um acidente, coloque firmememente o triângulo, vista o colete e deixe-se estar com o penico cheio e a colher em punho. De cada vez que um energúmeno parar a olhar, sirva-o generosamente. Adicione um bónus aos que levam a janela aberta.

Boa condução - 10 exemplos (2)

bom condutor, 20.09.08

6. Aproxima-se de um cruzamento onde está um condutor à espera que v. passe. Analise as circunstâncias: há muito trânsito ou não? Se sim, vale a pena abrandar e dar-lhe passagem. Se não, se ele está apenas à sua espera, mais vale prosseguir rapidamente para que ele passe depois de si. O essencial é perceber a situação - preocupar-se em perceber a situação.
 

7. O sinal à sua frente está prestes a ficar vermelho. Deve acelerar ou travar? Seja realista: parar num amarelo, quando tem tempo para avançar em segurança, apenas irá empatar mais o trânsito. Basta olhar à volta e pelo retrovisor, e decidir rapidamente. É impressionante a quantidade de palermas que travam a fundo, provocando acidentes, ou que são demasiado lentos a passar o sinal, provocando acidentes ainda piores. 
 

8. Está à procura de estacionamento, o que implica ir devagar. Tudo bem se for sozinho, tudo mal se atrasar os demais. Deve ir depressa o bastante para não transtornar ninguém. Se é incapaz de encontrar um lugar a mais de 5 à hora, uma sugestão: venda o carro e resolva o seu problema em www.carris.pt , ou lá nos transportes da sua terriola.
 

9. Encontra uma fila para entrar noutra via, por ex. da CRIL para a 2ª Circular. O bom condutor aguarda a sua vez, mete-se na fila e vai avançando sempre que a fila o permite. Um cretino ou um chico-esperto ignora a fila e tenta passar à frente de toda a gente. É partir-lhes um espelho, ou os cornos.

Um tosco até pode esperar a sua vez, mas avança demasiado devagar: meter a 2ª é uma operação delicada. Parece um carroceiro retardado. O bom condutor deve dar o exemplo: avança rapidamente e aperta com os toscos.
 

10. Precisa de parar num local com movimento e não vê nenhum lugar livre. Se for um cretino ou chico-esperto, é simples: serve qualquer passeio, esquina ou 2ª fila. Se estorvar alguém... azar! Também é só por um bocadinho, certo?

Errado. São cretinos da sua estirpe que fazem deste país a bosta que é. O bom condutor rejeita o facilitismo e jamais prejudica os outros; pára em 2ª fila apenas se puder ficar no carro e desviar-se quando necessário.


Para os leitores que leram estes dez exemplos de boa condução e sentem a necessidade de responder "duhh!", porque lhes parecem sugestões básicas (embora raramente as apliquem), uma nota importante: quem diz ou sequer pensa "duhh!", seja por que motivo for, é com toda a certeza um imbecil.